26 maio, 2010

O bolo da Jô (ou como tornar sua quarta-feira mais doce)

Acho que já mencionei aqui que sou uma péssima boleira - acho, porque minha memória é tão péssima quanto meus bolos, por isso não tenho certeza. Mas vale lembrar, right?!

Não há receita magnífica que não esteja destinada ao fracasso quando cai na minha mão, seja ela simples, elaborada ou de caixinha. Não adianta. Meus bolos queima, murcham, solam ou de tão pitorescos dão uma azia desgraçada*

Porém meu maridão ama bolo. E ele nem é tão exigente. Esses bolos de supermercado já o fazem feliz, mas tem tanta receita bacana nesse mundo que dá pena deixar o tadinho comendo coisa industrializada com uma esposa crafter dentro de casa. Foi aí que numa linda quarta feira a Jô resolveu contar que no domingo anterior havia feito bolo pros convidados em casa e eles gostaram tanto que nem sobrou nada. "Tcharãn... meus problemas acabaram", pensei ao ouvir a história. =]

A Jô é a salva vidas da minha família. Ela começou trabalhando pra minha tia, em seguida pra minha mãe, pra minha falescida "bisa" e agora é minha ajudante semanal com os afazeres de casa. Com "ajudante" entenda "ela faz tudo porque sou uma dona de casa medíocre e não faço nada", mas como a definição é muito grande vamos deixar ajudante mesmo!

Costumo dizer que se a Jô resolver ir embora ficarei na fossa por alguns meses. Nos dias frios ou quando a casa está mais bagunçada que o normal eu quase posso vê-la quebrando a vassoura no joelho e me mandando pras cucuias, afinal ela atravessa duas cidades pra chegar na minha casa e ainda tem que dividir o café da manhã com a cachorra, que não dá sossego enquanto não ganha um pedacinho do miolo do pão da Jô.

Isso e mais um milhão de coisas que eu não aguentaria nem por um decreto, mas a Jô não... mantém-se firme  mesmo quando tem xixi no tapete, quando lava camisa suja de molho ou toalha de mesa com shoyu; quando falta material de limpeza, quando rega minhas plantas - que só sobrevivem graças à ela, devo confessar. Ela cuida da gente melhor que nós mesmos!

Como se não bastasse ter a melhor ajudante (olha aí a abreviação do termo novamente) do mundo descobri que ela ainda term na cabeça umas receitinhas ótimas e não só divide comigo como, quando eu peço com jeitinho, ela faz pra gente. E graças a ela rola bolo no café da manhã até sábado, se Deus quiser.

Essa aqui é a querida Jô. Dedicada e simpática segurando o bolinho de cenoura delícia que assou esta tarde. Reparem que tem até caldinha! Hummmm!!!

E um salve super grande pra ela, cuja existência torna minha bagunça mais arrumadinha semana após semana =]

°          °          °
* Uma vez uma amiga me pediu pra ajudar a fazer um bolo de aniversário para o então namorado e inventamos um bolo branco com recheio de abacaxi e cobertura azul - de anilina, course!!!. Dá azia só de lembrar... URGH

08 maio, 2010

Lápis ou caneta

Hoje estava fazendo umas listas e me lembrei de uma professora, a Dona Eliza, porque eu gosto de escrever a lápis - ou lapiseira, whatever - e essa professora dizia que isto era sinal de insegurança, medo de errar, porque o lápis pode ser apagado.

As pessoas perdem tanto tempo analisando as entrelinhas que esquecem de olhar para o que realmente somos, né não?!

Ela era minha professora de ciências da sexta série e eu era uma ótiam aluna. Que diferença fazia se eu escrevesse com lápis, caneta, pena ou sangue? E pra quê raios lançar uma frase da qual eu me lembro - e de maneira negativa - toda vez que resolvo escrever algo à lápis por achar este meio mais macio e confortável? Sem contar que dificilmente eu uso uma borracha e sim rabisco as palavras como se usasse caneta.

Com isso eu só posso crer que "segundo Freud" a pessoa segura de suas opiniões não digita um texto e sim datilografa para a posteridade?

Alguns formadores de opiniões deveriam passar por testes periódicos para não correr o risco de estragar crianças no meio do caminho!!!

E aposto que se hoje Dona Eliza visse meus lápis lindos com ponteira de flor não diria tamanha bobagem!!!