28 março, 2011

Já contei o "causo " do paninho de pia?

Mais uma da série "fala sério"...

Eu já contei aqui e quem me conhece também sabe que eu sou uma dona de casa bem mais ou menos. Se um dia algum homem se casar comigo desejando atributos do tipo Nicole Kidman em "Mulheres Perfeitas" tá ferrado. Primeiro porque eu estou beeem longe de ser Nicole e segundo porque não espero ninguém com uma bandeja cheia de biscoitos quentinhos para celebrar mais um dia com uma casa perfeitamente em ordem. Affe!

Porém eu moro sozinha e minha faxineira vem só a cada 15 dias, então pra não criar bicho de esgoto pela casa às vezes preciso me aventurar a fazer umas coisas tipo lavar louça, então hoje estava lá, esfregando uma panela qualquer e sentindo falta de um paninho embaixo dela pra não riscar a pedra da pia quando me lembrei de um "causo" antigo envolvendo minha mãe, uma tia avó "mei" porca e remotamente um tio avô, marido da tia.

Aí quem achou que por educação eu não citaria o nome dela, errou feio. Eu cito sim: Tia Lúcia, irmã do meu avô Valdomiro a qual, toda vez que me vê desde os 3 anos de idade comenta "Ritinha... sempre gordinha". Porra... eu tenho mil qualidades que a véia pode enumerar, mas nããããããão, vai direto no defeito pra me encher o saco. E nem completa com um "mas vc é simpatica" pra disfarçar... fica lá com aquela cara de tia pentelha com buço peludo e dá beijo melado... Urgh!

Enfim, a tia... Um dia quando eu era moleca minha mãe me arrastou pros confins da Vila Maria pra visitar minha bisavó, que morava na mesma casa dessa tia (Lúcia, viu? Encontrar na rua chuta) e à tarde tomamos um cafézinho servido pela protagonista da história. Minha mãe, educadíssima, não consegue tomar café na casa das pessoas e não ajudar com a louça então foi lá pra pia lavar xícaras e píres. Terminou tudo, secou a pia com aquele paninho nojento que sempre fica lá dando sopa e torceu pra tirar o excesso de água. Aí foi colocar pra secar e quando abriu à sua frente o que era o paninho??? Uma CUECA, minha gente.

Aí que entra o tio. As cuecas velhas e furadas a esposa usava para fazer limpeza na casa e, eventualmente botava uma na pia pra usar no lugar do Perfex.

Minha mãe me olha com cara de quem vai vomitar e eu só pude rir! Fala sério...

13 março, 2011

Não sou a fêmea alfa, mas tenho meu valor

Esta semana saí com alguns amigos pra dançar. Uma amiga de um amigo (que agora é minha amiga também) seria DJ numa festa dos anos 80 e fomos todos prestigiar o trabalho dela, tirar mil fotos e se acabar de sacudir.

Num dado momento, já meio suadas e descabeladas de tanto pular e fazer danças bobas como se não houvesse amanhã a Meire e eu nos colocamos na frente de um dos ventiladores e levantamos os braços pra deixar o ventinho correr pelo corpo. Parece grotesco - e na verdade é mesmo - mas a gente se diverte horrores fazendo isso, rindo um da cara do outro e acumulando historinhas que viram piadas para os outros encontros.

Fazendo isso, no meio dos amigos, dos desconhecidos e de uns caras fofos para potencial flerte (ói que véia) me dirigi à Meire e disse: "tá vendo porque a gente não pega ninguém? Ao invés de phynas e delicadas ficamos secando o sovaco no ventilador da balada". Taí a piadinha que eu me referi, porém a frase é cheia de verdade.

Ao chegarmos na casa, minha amiga Carol Z., casadíssima e acompanhada já me mandou ficar de olho nos rapazes do grupo ao lado enquanto eu mal tinha notado que havia gente ao redor. Sempre penso que isso é meio uma "lesera" e hoje me peguei pensando sobre - já que estou agitadíssima e dormi só duas horas, bora pensar na vida pra desacelerar.

Estive pensando que isso na verdade não é uma característica recente minha. É algo que sempre foi assim. Sou faladeira, faço amizade fácil, me comunico bem, mas simplismente não sei caçar. É diferente quando conheço alguém e me interesso. Se gosto de alguém, por mais tímida que seja tenho a obrigação de ser sincera com meus sentimentos, então dou um jeito da pessoa saber que eu a vejo de uma forma diferente, mas a caça, por assim dizer, não é bem meu forte.

Quando me separei e comentei isso com algumas pessoas, estas me disseram que "eu precisava mudar isso em mim", mas eu não posso mudar quem eu sou pra chegar a um objetivo que eu nem sei qual é ao certo. Não posso deixar de ser a pessoa alegre e que não liga muito para os padrões para ficar de carão na balada em busca de um fofo que me agrade.

Não troco, em momento algum, a companhia dos meus amigos queridos que me receberam recentemente de braços abertos como se eu nunca tivesse me afastado para me atracar com algum desconhecido o qual me dará alguns momentos de diversão passageira. Não é assim minha forma de conhecer alguém legal e essa não sou eu.

Sou caseira, da risada, das palavras sinceras em meio a brincadeiras saudáveis e piadinhas de humor negro e inteligentes. Não é qualquer um que acompanha isso e não é o cara que coloca "me amo D+. Estou soUteiro" no perfil do Facebook quem conseguirá acompanhar o raciocínio de mil assuntos misturados num ritmo frenético de conversa inteligente e ao mesmo tempo leve.

Não posso mudar isso em mim como se fosse um defeito, como se eu fosse uma neurótica maluca por limpeza e isso afetasse minha convivência com as pessoas. Não preciso mudar quem eu sou pra que as pessoas percebam aquilo que eu tenho de melhor. Não sou exatamente a fêmea alfa, aquela mulher linda e de presença marcante, que respira segurança e sensualidade e atrai os olhares aonde quer que chegue. Sou a gordinha que chega tropeçando e rindo de si mesma, mas que sabe exatamente seu valor. Sabe o quanto pode ser interessante, bacana, meiga, elegante (quando quer) e de sorriso largo. Tudo isso faz de mim o que eu sou.

Falando com a Dinda sobre a importância - ou não - da caça na vida de uma pessoa solteira eu questionei o fato de eu um dia ter conseguido me casar, e ela, linda e que eu amo muito me solta essa: "você casou porque quem tem a oportunidade de te conhecer sabe que você é uma pessoa incrível". Não é que ela tem sempre as palavras certas nas horas certas?

E esta frase não se encaixa somente à minha realidade. Ela diz respeito também às minhas amigas solteiras que deixaram de lado a tão valorizada "caça" para serem felizes da forma como são. Serem sinceras consigo e com o mundo, porque nossa maior beleza está em sermos nós mesmos.

E tenho dito.

Para ilustrar, momento "secando o sovaco" de sábado à noite e a galera linda reunida. Aqui falta a Carol, a DJ, que certamente tem um quê de fêmea alfa em seus 1m90 e cabelos longos esvoaçantes.