19 agosto, 2011

O valor de tudo aquilo que é artesanal

Hoje tive um dia super produtivo.

Sentei à minha mesa antes das 10h depois de fazer uma mini-faxina em casa. Respondi alguns emails, liguei para algumas parceiras e para outras clientes, respondi à alguns comentários pessoais no Facebook e antes das 11h comecei aquilo que havia programado.

Perto das 15h fiz uma pausa para preparar uma refeição e almoçar e voltei ao trabalho. Terminei tudo agora, meia noite e trinta. Pouco mais que isso.

Nos intervalos entre o almoço e me sentar para escrever este texto eu cortei papel paraná (quem conhece sabe que é grosso e dá uma doída na mão), fiz a lombada com fita, encapei, colei e finalizei com um detalhe fofo 30 unidades de bloquinhos de anotações.

Antes disso, eu já havia cortado todos os tecidos com suas devidas combinações e feito os fuxicos que enfeitam as peças.

Antes disso ainda, ha algum tempo quando criei o produto, desenhei e testei o modelo do bloquinho, readaptei o molde porque o fornecedor que tinha o melhor custo benefício mudou o tamanho do bloco e desenvolvi uma técnica diferente de acabamento para dar uma melhor resistência à peça.

Tudo isso para me render R$ 150,00 BRUTOS, porque não é segredo que cada um deles custa R$ 5,00. Matemática simples, né?

Isso tudo sem contar que para a matéria prima chegar ao meu atelier eu precisei me acotovelar com mil mulheres na 25 de Março e caçar os tecidos mais fofos que o mercado oferece.

De maneira alguma estou reclamando, porque faço meu trabalho com o maior amor do mundo. AMO, mesmo aquilo que faço e não trocaria ele por nenhum outro nesse momento. Digo isso exatamente para ilustrar toda a energia que o artesão coloca na sua peça antes dela chegar à loja, à feirinha ou diretamente às mãos da cliente.

Toda peça artesanal já tem um valor enorme embutido antes mesmo de nascer, que é derivado da criatividade do artesão e isso é o que a diferencia daquelas feitas em série.
Os produtos feitos artesanalmente são únicos. Mesmo que alguém faça uma peça do mesmo modelo ela nunca será exatamente igual justamente pelo que relatei acima. Cada pessoa tem um método, um gosto, uma forma de trabalhar, porém todo artesão coloca no seu produto - seja ele comercializado ou não - um pouco do seu sentimento e é por isso, aliado à qualidade e ao capricho, que você paga quando consome produtos hand made. Cabe ao consumidor decidir se quer ou não, se pode ou não pagar o que está sendo pedido nele.

Então, toda vez que você pegar um trabalho deste tipo pense algumas vezes antes de desdenhar porque ele não está ao seu gosto, ou de dizer que é "facinho de fazer", de dizer que a tia da vizinha da sua mãe sabe fazer melhor, de pedir descontos absurdos que só os coreanos da 25 de Março que compram produtos chineses feitos com mão de obra escrava conseguem dar.

Se você que está lendo isso é artesão, filho de artesão, crafter de final de semana ou mesmo apreciador das manualidades vai entender.

Na foto, os 30 bloquinhos prontos e lindos - sim, porque eu tenho o maior orgulho daquilo que faço. Ah! Esqueci de falar que falta ainda embalar um a um antes de mandar para minha cliente. ;)


28 março, 2011

Já contei o "causo " do paninho de pia?

Mais uma da série "fala sério"...

Eu já contei aqui e quem me conhece também sabe que eu sou uma dona de casa bem mais ou menos. Se um dia algum homem se casar comigo desejando atributos do tipo Nicole Kidman em "Mulheres Perfeitas" tá ferrado. Primeiro porque eu estou beeem longe de ser Nicole e segundo porque não espero ninguém com uma bandeja cheia de biscoitos quentinhos para celebrar mais um dia com uma casa perfeitamente em ordem. Affe!

Porém eu moro sozinha e minha faxineira vem só a cada 15 dias, então pra não criar bicho de esgoto pela casa às vezes preciso me aventurar a fazer umas coisas tipo lavar louça, então hoje estava lá, esfregando uma panela qualquer e sentindo falta de um paninho embaixo dela pra não riscar a pedra da pia quando me lembrei de um "causo" antigo envolvendo minha mãe, uma tia avó "mei" porca e remotamente um tio avô, marido da tia.

Aí quem achou que por educação eu não citaria o nome dela, errou feio. Eu cito sim: Tia Lúcia, irmã do meu avô Valdomiro a qual, toda vez que me vê desde os 3 anos de idade comenta "Ritinha... sempre gordinha". Porra... eu tenho mil qualidades que a véia pode enumerar, mas nããããããão, vai direto no defeito pra me encher o saco. E nem completa com um "mas vc é simpatica" pra disfarçar... fica lá com aquela cara de tia pentelha com buço peludo e dá beijo melado... Urgh!

Enfim, a tia... Um dia quando eu era moleca minha mãe me arrastou pros confins da Vila Maria pra visitar minha bisavó, que morava na mesma casa dessa tia (Lúcia, viu? Encontrar na rua chuta) e à tarde tomamos um cafézinho servido pela protagonista da história. Minha mãe, educadíssima, não consegue tomar café na casa das pessoas e não ajudar com a louça então foi lá pra pia lavar xícaras e píres. Terminou tudo, secou a pia com aquele paninho nojento que sempre fica lá dando sopa e torceu pra tirar o excesso de água. Aí foi colocar pra secar e quando abriu à sua frente o que era o paninho??? Uma CUECA, minha gente.

Aí que entra o tio. As cuecas velhas e furadas a esposa usava para fazer limpeza na casa e, eventualmente botava uma na pia pra usar no lugar do Perfex.

Minha mãe me olha com cara de quem vai vomitar e eu só pude rir! Fala sério...

13 março, 2011

Não sou a fêmea alfa, mas tenho meu valor

Esta semana saí com alguns amigos pra dançar. Uma amiga de um amigo (que agora é minha amiga também) seria DJ numa festa dos anos 80 e fomos todos prestigiar o trabalho dela, tirar mil fotos e se acabar de sacudir.

Num dado momento, já meio suadas e descabeladas de tanto pular e fazer danças bobas como se não houvesse amanhã a Meire e eu nos colocamos na frente de um dos ventiladores e levantamos os braços pra deixar o ventinho correr pelo corpo. Parece grotesco - e na verdade é mesmo - mas a gente se diverte horrores fazendo isso, rindo um da cara do outro e acumulando historinhas que viram piadas para os outros encontros.

Fazendo isso, no meio dos amigos, dos desconhecidos e de uns caras fofos para potencial flerte (ói que véia) me dirigi à Meire e disse: "tá vendo porque a gente não pega ninguém? Ao invés de phynas e delicadas ficamos secando o sovaco no ventilador da balada". Taí a piadinha que eu me referi, porém a frase é cheia de verdade.

Ao chegarmos na casa, minha amiga Carol Z., casadíssima e acompanhada já me mandou ficar de olho nos rapazes do grupo ao lado enquanto eu mal tinha notado que havia gente ao redor. Sempre penso que isso é meio uma "lesera" e hoje me peguei pensando sobre - já que estou agitadíssima e dormi só duas horas, bora pensar na vida pra desacelerar.

Estive pensando que isso na verdade não é uma característica recente minha. É algo que sempre foi assim. Sou faladeira, faço amizade fácil, me comunico bem, mas simplismente não sei caçar. É diferente quando conheço alguém e me interesso. Se gosto de alguém, por mais tímida que seja tenho a obrigação de ser sincera com meus sentimentos, então dou um jeito da pessoa saber que eu a vejo de uma forma diferente, mas a caça, por assim dizer, não é bem meu forte.

Quando me separei e comentei isso com algumas pessoas, estas me disseram que "eu precisava mudar isso em mim", mas eu não posso mudar quem eu sou pra chegar a um objetivo que eu nem sei qual é ao certo. Não posso deixar de ser a pessoa alegre e que não liga muito para os padrões para ficar de carão na balada em busca de um fofo que me agrade.

Não troco, em momento algum, a companhia dos meus amigos queridos que me receberam recentemente de braços abertos como se eu nunca tivesse me afastado para me atracar com algum desconhecido o qual me dará alguns momentos de diversão passageira. Não é assim minha forma de conhecer alguém legal e essa não sou eu.

Sou caseira, da risada, das palavras sinceras em meio a brincadeiras saudáveis e piadinhas de humor negro e inteligentes. Não é qualquer um que acompanha isso e não é o cara que coloca "me amo D+. Estou soUteiro" no perfil do Facebook quem conseguirá acompanhar o raciocínio de mil assuntos misturados num ritmo frenético de conversa inteligente e ao mesmo tempo leve.

Não posso mudar isso em mim como se fosse um defeito, como se eu fosse uma neurótica maluca por limpeza e isso afetasse minha convivência com as pessoas. Não preciso mudar quem eu sou pra que as pessoas percebam aquilo que eu tenho de melhor. Não sou exatamente a fêmea alfa, aquela mulher linda e de presença marcante, que respira segurança e sensualidade e atrai os olhares aonde quer que chegue. Sou a gordinha que chega tropeçando e rindo de si mesma, mas que sabe exatamente seu valor. Sabe o quanto pode ser interessante, bacana, meiga, elegante (quando quer) e de sorriso largo. Tudo isso faz de mim o que eu sou.

Falando com a Dinda sobre a importância - ou não - da caça na vida de uma pessoa solteira eu questionei o fato de eu um dia ter conseguido me casar, e ela, linda e que eu amo muito me solta essa: "você casou porque quem tem a oportunidade de te conhecer sabe que você é uma pessoa incrível". Não é que ela tem sempre as palavras certas nas horas certas?

E esta frase não se encaixa somente à minha realidade. Ela diz respeito também às minhas amigas solteiras que deixaram de lado a tão valorizada "caça" para serem felizes da forma como são. Serem sinceras consigo e com o mundo, porque nossa maior beleza está em sermos nós mesmos.

E tenho dito.

Para ilustrar, momento "secando o sovaco" de sábado à noite e a galera linda reunida. Aqui falta a Carol, a DJ, que certamente tem um quê de fêmea alfa em seus 1m90 e cabelos longos esvoaçantes.




04 fevereiro, 2011

Pizza ou wrapp super prático

Daí que minha semana tá um caos. E pelo jeito que anda esta a seguinte seguirá no mesmo ritmo.

Minha assistente fofa, que começou comigo tão logo eu voltei de férias acabou de me abandonar. Tô super feliz por ela, que é minha amiga e eu já sabia que, se arrumasse um novo trabalho na sua área de atuação ela me deixaria. Só não imaginei que seria tão cedo =S

Aí como uma coisa puxa a outra estou sem faxieira ha um mês. A minha querida assistente do lar teve alguns problemas e não pôde vir nas últimas semanas, deixando meu pequeno apartamento/atelier num mar de fiapos e poeira que eu tenho que ajeitar, mas como boa dona de casa (#NOT) eu sequer sei onde ficam os panos e produtos de limpeza, o que torna a tarefa ainda mais "prazerosa" (#NOOOOOT).

Nem vou contar que uma das cachorras está com uma pequena infestação de pulgas. A veterinária disse que nessa época do ano é comum por causa das chuvas. Só que justo a doga que pegou pulgas é exatamente a que é alérgica às picadas. A coitada está com umas feridas chatas, se coçando e o anti-pulgas ainda não fez efeito. E eu aqui, maluca e com medão de ter de usar cortizona no bichinho.

Mas apesar de tudo isso preciso comer, né? E como ha algumas semanas comecei a hidro resolvi que comeria melhor pra continuar perder os malditos quilos que não me pertencem. Só que eu tenho uma preguiça danada de preparar comida só pra mim e acabo comendo lanches ou umas bolachinhas com requeijão, o que não é almoço nem aqui nem em lugar algum, em especial quando me proponho a comer melhor.

Aí minha amiga Meire me deu uma super idéia boa quando me contou sobre seus wrapps no jantar e no minha última ida ao supermercado comprei as massinhas para pizza de frigideira e hoje fiz um almoço light e delícia, que não fotografei porque estava com mais fome que com vontade de ilustrar este post, mas fica a dica, escrita. 

Wrapp duplo light, pero no mutcho (a receita é minha, então boto o nome que quiser hahaha)

2 discos de pizza de figideira
1 colher de requeijão light (requeijão mesmo, não Catupiry)
Tiras de queijo branco
1 ovo mexido na manteiga
Alface americana
Pepino em fatias finas
Cenoura ralada

Primeiro faça a saladinha picando a alface e misturando ao pepino já fatiado e à cenoura ralada. Acrescente um pouquinho de sal e reserve.

Em seguida, numa frigideira aqueça um pouquinho de manteiga (se não tiver pode usar margarina) e mexa um ovo. Coloque um tiquinho de sal e reserve também.

Na mesma frigideira esquente as fatias de pizza (eu usei integral). Quando os 4 lados estiverem meio dourados, espalhe em um dos lados o requeijão, o ovo mexido e as fatias de queijo branco, cobrindo com a segunda fatia. Tampe a frigideira, usando fogo baixo e vire algumas vezes o "sanduiche" até derreter um pouco o queijo.

Tire do fogo e coloque a saladinha por cima.

Se quiser deixar um pouco mais saboroso, salpique um queijo ralado por cima que ficará booooommmm.

Achei mega prático e fez pouca bagunça na cozinha. Pena que não dá pra comer isso todo dia, né?

Lembrei de um colega de faculdade que criou um álbum no Facebbok para comportilhar receitas com aqueles que, como nós, precisam cozinhar para UM, com a diferença de que ele, vegetariano, dispensa o uso de carninhas, peixes e franguinhos nas receitas.

Então, deixo aqui o apelo: "vâmo lá, people. Share as receitas delícia e práticas, aí" ;)

11 janeiro, 2011

Que venha 2011

O post vem com um certo atraso, mas né? Cada um tem seu tempo e o meu é meio lento.

Cheguei de viagem no domingão. Meus únicos 7 dias no ano que tiro para fazer NADA e descansar. Este ano, como sugestão da Cissa, nossa agente de viagens (ui que phyno) fomos para a Praia da Pipa - RN.

O lugar é incrível, de ventos uivantes, um mar morno e bem bravo, porém com pontos de águas que parecem lagoinhas. Uma areia branca manchada pela terra vermelha das falésias, dunas macias e pedras pra tudo que é canto, transformando-se em bibelôs naturais por onde passávamos. As praias são muito próximas umas das outras, a ponto de conhecermos 3 delas em uma caminhada antes do almoço e fiquei impressionada com a calma nas areias. Em um dos nossos destinos, Cacimbinhas, depois de um dia todo de bobeira olhamos para os lados e éramos os únicos humanos nos cerca de 700m de areia. DESERRRTO.

Em Pipa tudo que se come tem cara de comida de avó. Ingredientes frescos e o cuidado na hora da preparação fazem o sucesso da culinária local. Comemos peixes, camarões, tomamos suco de fruta fresca, caipiroscas animadíssimas e até pizza boa. E num preço ótimo.

As pessoas são uma história à parte. Ai que delícia ouvir um "proooonto" a cada constatação positiva por parte dos locais. Algo como "isso" usado aqui em SP pra dizer que a conversa tá no caminho certo. Gente linda, receptiva e que fazem tudo sem pressa, no ritmo lento das férias, como tudo na vida deveria ser. 
Foto de celular, viu?
 
Como boa artesã é difícil me impressionar. Já vi de tudo um pouquinho e arte hippie, geralmente comercializada em praias (e na 25 de março) definitivamente não fazem meu estilo, mas encontramos por lá produtos de uma delicadeza e bom gosto sem tamanho. O trabalho feito em cabaça por uma cooperativa local é uma fofura. São vacas, burros, peixes e galinhas de sorrisos fartos e cores muito alegres. Não fotografei nenhum, mas coloco aqui o que trouxe para mim... Uma ostra feita em duas partes, o que permite a gente guardar coisinhas dentro. Tô pensando ainda num uso pra ela.


O trabalho em xilogravura com imagens de cordel e Maria Bonita e Lampião são super novidades para mim. Segundo a moça da loja, o trabalho vem do Recife, mas fiquei contente de conhecer mesmo assim.

Além do visual incrível tem ainda a companhia. Ahhhh os queridos amigos de longa data reunidos pra uma semana divertidíssima não tem preço. Milhões de piadas para relembrar ao longo do ano e um amigo novo importado... da Suécia. Muito chique ter um amigo nórdico aprendendo português comigo!

Voltei renovada, embora meio down no meu primeiro dia de SP por motivos que não cabem aqui. Os banhos de mar nas águas do Nordeste me deram mil idéias e repuseram as energias de um ano, que de uma forma geral foi bacana, mas estressante, cansativo e emocionalmente estafante.

Então, como meu ano começou oficialmente hoje, que venha 2011. Cheio de cor, de luz, de felicidade, de realizações, de amor, de lágrimas de alegria, de amizades, de sucesso e de muuuuuuuita paz. Pra mim e pra você também =)
Anders, o gringo loko+Evandro+Tamy+Le+Rita+Carol+Marcelo