19 janeiro, 2007

Sobre xixis e divagações

Desde que nos casamos Renato e eu temos cachorro. A primeira foi a Fiona, a poodle doida devoradora de meias que por uma fatalidade foi para o céu dos dogs antes de completar um ano. Tomados por uma tristeza que não tinha fim, pegamos a Belka, outra poodle, só que não doida, chorona. Bom, agora ela é doida, mas antes só chorava, enfim... Aí inventamos de pegar a Kalua, a schnauzer reinventada (sim, comprei como schanauzer, mas é uma boa vira-latas lindaaaa). Esta SIM maluca. Pula igual sapo, cai no chão, levanta, pula mais, se joga, lambe nossa boca e destrói o que vê pela frente.

Todas sofriam ou sofrem do mesmo mal: o de não acertar sempre o local de fazer xixi. Sendo assim, ao invés do jornal, tem xixi na sala, no banheiro - no chão, devo deixar claro - no quarto, no sofá... Enfim, em tudo menos onde realmente deveria ser feito.

Já compramos livros de adestramento e pedimos mil dicas em fóruns e para o veterinário, porém não há o que faça aquelas duas peludas entenderem que chão sem jornal não é banheiro.

Aí outro dia deitamos na cama para dormir. Renato tinha uma cachorra envolta num braço e eu no outro. A Kalua estava na caminha que eu fiz e ela comeu e eu reformei, que fica ao lado da cama. Aí o belo começa a divagar: "sabe, nós temos dois grandes nichos nas mãos que nos deixariam milionários". Antes que eu perguntasse qual ele jogou a Belka no chão e se virou para mim, fazendo eu quase rolar pra fora da cama também, mas não se importou. Fechou a mão como se segurasse apertado o tal nicho e disse, seguro: "Primeiro a gente se inscreve no "Américan Inventor" com um produto revolucionário para cães, impossíveis de serem destruídos. A Kalua - aquela que destrói tudo, lembram - será nosso controle de qualidade". A teoria dele é que se ela não arregaça o brinquedo, ninguém mais o faz, porque nem sequer os mais fortes mimos para pets escaparam daquela draga.

Aí eu, atônita, olhando para a cara dele de inventor alucinado, ainda me recuperando do quase tombo digo: "E o que você supõe que inventemos? Uma bola de chumbo que além do cão não destroçar ainda fica com os dentes pela metade?" Se bem que a idéia não me parece tão absurda agora, falando assim... hehehe... Mas enfim, era para parecer absurdo, porém Renato diz, entusiasmadíssimo: "ÉÉÉ... daí a gente inventa uma linha para cachorro banguela, que tal?"

"Renato, vai dormir que amanhã a gente levanta cedo!"

"Não, não... péra! Não disse qual o segundo nicho que atenderemos. Você que gosta de escrever TEM que escrever um livro sobre "Como educar seu cão a não fazer xixi no tapete".

"Como assim, TENHO? Não consegui sequer ensinar as minhas a não deixarem meus tapetes fedendo."

"Nãããããããooo. É assim, você vende um livro lacrado, gordo, com uma capa bem chamativa. Duvido que as pessoas passarão na frente da Nobel e não vão comprar, porque todo mundo tem dog que mija nos tapetes."

"Ah é??? E o que vc sugere que eu escreva?"

"Escreve assim, em duas páginas, com letras grandes", e abre as mãos como se vislumbrasse um título:

"TIRE TODOS OS TAPETES DE CASA E DELEITE-SE COM UMA VIDA SEM XIXI NO TAPETE. FIM"

"RENATO VAI DORMIIIR", Hunf!

Um comentário:

Renato Navarro disse...

Além de eu não ter dormido, ainda não estamos milhonários...

Tenho certeza de que ganharíamos o American Inventor... imagina... um brinquedo pra dogs indestrutível com certeza ganharia da Spherical Safety Seat! que não passa de uma cadeira de bebê ultra segura para automóveis... hunf...