Ai ai... andar de "buzun" é um saco, mas esse tipo de coisa faz os dois reais pagos na passagem compessarem o stress.
Havia três gerações de mulheres conversando, cuja mais nova devia ter uns 20 anos. Dito isso, idealize a mais velha - não tão velha assim - a quem se refere este relato.
"Fui na médica semana passada", dizia ela voltada para o banco de trás, onde encontrava-se as outras duas. Dizia em alto e bom tom, portanto, não sou eu a fuxiqueira e sim ela, a escandalosa. Dizia com um sotaque meio nordestino, com uma sonoridade meio sem os dentes da frente e uma delicadeza meio vinda da garganta.
"E o que ela disse?", perguntou a mais nova.
"Ahh! Disse que meu coração aumentou de tamanho por causa da pressão!"
"Ohhhnnn!", assustaram-se.
"Tsc tsc...", completou a velha senhora abanando o indicado de um lado para o outro, em sinal negativo e fazendo cara de fuinha*. "É mentira. Meu coração é grande por que eu sou mãe".
O resto eu não sei. Tive de mudar de lugar pra não ouvir tamanha babuinisse**.
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* sabe quando a pessoa aperta os lábios num semi-bico, e levanta apenas um dos lados, tapando assim, a respectiva narina? Então... cara de fuinha.
** o ser é tão primitivo que pode ser comparada a um babuído, logo, faz babuinisses. E não importa o quanto digam que macaco é parecido com a gente. Macaco é bicho e ponto. É primitivo e ponto final!
08 fevereiro, 2007
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