08 fevereiro, 2007

No busão

Ai ai... andar de "buzun" é um saco, mas esse tipo de coisa faz os dois reais pagos na passagem compessarem o stress.

Havia três gerações de mulheres conversando, cuja mais nova devia ter uns 20 anos. Dito isso, idealize a mais velha - não tão velha assim - a quem se refere este relato.

"Fui na médica semana passada", dizia ela voltada para o banco de trás, onde encontrava-se as outras duas. Dizia em alto e bom tom, portanto, não sou eu a fuxiqueira e sim ela, a escandalosa. Dizia com um sotaque meio nordestino, com uma sonoridade meio sem os dentes da frente e uma delicadeza meio vinda da garganta.

"E o que ela disse?", perguntou a mais nova.

"Ahh! Disse que meu coração aumentou de tamanho por causa da pressão!"

"Ohhhnnn!", assustaram-se.

"Tsc tsc...", completou a velha senhora abanando o indicado de um lado para o outro, em sinal negativo e fazendo cara de fuinha*. "É mentira. Meu coração é grande por que eu sou mãe".

O resto eu não sei. Tive de mudar de lugar pra não ouvir tamanha babuinisse
**.
_______________________________________________________
* sabe quando a pessoa aperta os lábios num semi-bico, e levanta apenas um dos lados, tapando assim, a respectiva narina? Então... cara de fuinha.

** o ser é tão primitivo que pode ser comparada a um babuído, logo, faz babuinisses. E não importa o quanto digam que macaco é parecido com a gente. Macaco é bicho e ponto. É primitivo e ponto final!

Nenhum comentário: